26 de junho de 2012

O Amor é Mais Forte



Os amantes de hoje preferem a droga mais leve, o tabaco mais light ou o café descafeínado. Já ninguém quer ficar pedrado de amor ou sofrer de uma overdose de paixão. As emoções fortes são fracas e as próprias fraquezas revelam-se mais fortes. Os amantes, esses, são igualmente namorados da monotonia e amigos íntimos da disciplina. O que está fora de controlo causa-lhes confusão, e afecta-lhes uma certa zona do cérebro, mas quase nunca lhes toca o coração. O amor devia ser sonhado e devia fazê-los voar; em vez disso é planeado, e quanto muito, fá-los pensar. 
Sobre o amor não se tem controlo. É um sentimento que nos domina, que nos sufoca e que nos mata. Depois dá-nos um pouco vida. No amor queremos viver, mas pouco nos importa morrer e estamos sempre dispostos a ir mais além. Deixamo-nos cair em tentação, e não nos livramos do mal, embora procuremos o bem. No amor também se tem fé, mas não se conhecem orações: amamos porque cremos, porque desejamos e porque sabemos que o amor existe. Amamos sem saber se somos amados, e por isso podemos acabar desolados, isolados e deprimidos. Que se lixe! O amor não é justo, não é perfeito; no amor não se declaram sentenças nem se proferem comunicados. O amor prefere ser imprevisível, cheio de riscos e de fogo cruzado. No amor os braços não se cruzam, as palavras não se gastam e os gestos servem para o demonstrar. Amar também é lutar, e enfrentar monstros fabulosos com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. É uma ilusão, um sonho, um absurdo e uma fantasia. O amor não se entende, não se interpreta, não se discerne nem se traduz. Quem ama acredita, mas não sabe bem porquê, não sabe bem o quê, nem percebe bem como. 


Rogério Fernandes

23 de junho de 2012

Incandescente



Aprecio cada parte do teu corpo, cada poro, cada célula, cada traço. Quero amar, enlouquecer, perder-me por ti e em ti. Nas curvas dos teus braços, na planície das tuas costas… quero amar-te.

Aquecer no teu corpo, transpirar de prazer.

Adrenalina, fogo, sangue quente, veias pulsantes, gemidos de prazer, suspiros de arrepiar.



Sou tempestade, candura.
Sou terramoto, erupção.



Delírio, amante-amigo-companheiro…homem, minha fonte de prazer, ternura e bem-estar.

Amor incessante, exaustos completamo-nos, num encaixe perfeito de emoções, insanos … incandescente paixão.



10 de junho de 2012

Chamaste-me?


Invocas-me na noites escura. Como não responder ao teu chamado, fazer-te meu? É como desejo, como quero…ter-te.

Deslizo-te suavemente, com o meu corpo sobre o teu. Nos meus olhos, lês intenções que te fazem estremecer de antecipação.

Tocar-te.

Excitar-te.

Provocar-te.

Fazer-te delirar… enlouquecer sob o meu corpo.


Ondulante, num leve roçar, prometedor, de pele quente. Olhos presos nos teus. Fazer-te gritar na minha boca.

Beijo-te as virilhas, sinto as coxas endurecerem sob as minhas mãos. Contorces-te…sentes a minha respiração quente e ofegante de excitação, hoje mando eu, provoco-te, excitando-te mais, mais. Delicio-me, prazer mútuo.

Beijo-te o ventre, acaricio-te inteiro, roçando os mamilos rígidos nas tuas coxas, queimas-te na minha pele escaldante de sol, esfrego-me, roço-me, enquanto gemes de prazer, de excitação crescente. És todo meu.


Provo-te - não resisto - provo-te, esfomeada. Sentir-te latejar dentro de mim.

Saboreio-te como um acepipe, sedenta de ti.


Beijo-te o peito, lambo os teus mamilos. Aprisionas-me a ti, mãos ansiosas, pela cintura, pelas nádegas, agarras-me com força.

“Podes ver, mas não podes tocar.”

Seguro-te as mãos sob os meus joelhos e suspiras. Ver e não tocar, doce tortura.

Num mar de promessas, não desprendo o teu olhar, lambo-te a boca e, com mãos suaves, encaixo-te sobre mim, ondulante. Faço-te entrar dentro de mim, lentamente… Descaio inteira sobre ti e gemes, agarrando-me os joelhos com força, até os nós das mãos ficarem brancos. Suspiro de prazer, cheia de ti, balanceado as ancas, quase imperceptível. Controlo um grito de prazer, o teu olhar inunda-me de chispas raiadas de labaredas, excita-me [ainda] mais.

Danço sobre ti, em movimentos ondulantes e ritmados. Apoio as mãos nos teus joelhos…estás completamente imóvel sobre mim e sinto-me enlouquecer de desejo e luxúria. Tão mulher, tão sensual, tão tua…Deliras com a visão e o prazer mútuo é contagiante e crescente.

Quero mais, mais.

Enterro-me toda sobre ti, absorvendo-te, faço-te desaparecer.

Fixas o olhar no meu umbigo, como se transparente fosse e pudesses ver-te dentro de mim. Páro e recomeço [não saberes quando páro e quando recomeço enlouquece-te e quero-te desvairado, endoidecido de paixão], a pressão das tuas mãos e dos teus joelhos é quase insuportável. Sabendo que não vou conseguir segurar-te por muito, gozo a meu bel-prazer, sou fêmea e tu quase animal. Quero gozar, satisfazer-me sobre ti, num vai-vem ensurdecedor… já não somos eu e tu, já não somos tu e eu: somos um só, de corpo e alma.

Uma gota de suor escorre-me entre os seios. Inclino-me, quero que a lambas, em delírio. Brindo-te com um seio, que abocanhas devorador e contorço-me de excitação sobre a tua boca sugadora.

Libertas-te da doce prisão do meu corpo sobre o teu: ergues os joelhos, aconchegando-me a ti e, bruscamente, libertas as mãos. Fecho os olhos e gemo num sussurro, antecipando a suave prisão dos meus seios na tua boca voraz.

As tuas mãos suaves e firmes na minha cintura fazem-me rodar e, sem nos separarmos [estamos fundidos num só], o teu corpo está sobre o meu…

Longas pernas abraçam-te pela cintura, dedos longos enlaçam-te pela nuca.

Gemidos de prazer emito-os sob a tua boca, que me queima e invade.

[Somos a mesma matéria, somos um só, nas doces descargas de prazer que nos queimam as veias]


Chamaste-me?! Eis-me aqui…

6 de junho de 2012

ACORDAR EM TI


Gritei a avisar-te que era dia,

e foi à madrugada que eu gritei;

despontavam nas colinas dos teus seios

... as brasas rubras de uma noite,

e a vontade de acender-se

aquecia brandamente a minha mão.

Na transparência dos teus olhos

crescia o mar,

e nessa imensa estepe de lágrimas

que o sono embalava,

afundava-se perdido o meu olhar.



E na tua boca a abrir-se,

dois pássaros vermelhos

ensaiaram um bailado conhecido;

já não sei

que figura de ternura morreu breve,

no beijo que,

dirias,

finalmente incendiou o nosso dia.

José Nuno Ferreira da Costa

4 de junho de 2012

Querer-te … Ter-te...



O meu desejo tropeça nos teus beijos.

Embalados em sonhos, que rabiscam ternuras, carícias, exigem respostas.

Desejo-te já, agora e aqui… aqui, neste momento, neste lugar.

Quero-te com todas as forças, preciso alimentar-me do teu corpo, beber a tua essência, aquecer-me nos teus pensamentos.

É paixão. Este delírio, esta ânsia, estes aromas que exalo, através de milhares de poros dilatados e gritantes.

[a minha pele grita por ti]

Corpos colados, cheiros misturados



[já nem sei onde começo eu e acabas tu]

Cúmplices, fascinados, enlouquecidos…


[Sempre que fazemos amor…]


3 de junho de 2012

Escreves em mim



O sabor dos teus beijos, quando a minha boca chama por ti, são chama ardente.

Escreveste-me o corpo com esses beijos. Escreveste todo o meu corpo, entre montanhas reluzentes, planícies deslumbrantes e a humidade dos vales. Beijos escritos com a ponta dos dedos.

O meu corpo foi o teu papel.

E sinto as palavras que calas, como meros, insignificantes e ocos sons se tratassem. Escreves-me com beijos, entre silêncios , quebrados por gemidos, vindos das profundezas do meu ser.
 

Escreves em mim… palavras escritas a beijos, que só o meu corpo decifra.