Gritei a avisar-te que era dia,
e foi à madrugada que eu gritei;
despontavam nas colinas dos teus seios
... as brasas rubras de uma noite,
e a vontade de acender-se
aquecia brandamente a minha mão.
Na transparência dos teus olhos
crescia o mar,
e nessa imensa estepe de lágrimas
que o sono embalava,
afundava-se perdido o meu olhar.
E na tua boca a abrir-se,
dois pássaros vermelhos
ensaiaram um bailado conhecido;
já não sei
que figura de ternura morreu breve,
no beijo que,
dirias,
finalmente incendiou o nosso dia.
José Nuno Ferreira da Costa
2 comentários:
Belíssimo!
Obrigada, Eros :)
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